Peitoris e Soleiras sob Janelas: Funções, Vantagens e Boas Práticas de Instalação

Os peitoris ou soleiras sob janelas são elementos construtivos importantes, geralmente feitos de materiais resistentes como mármore, granito, cerâmica ou concreto pré-moldado. Este estudo aborda as circunstâncias em que são usados, suas vantagens, desvantagens e considerações para sua aplicação.

Circunstâncias de Uso

Os peitoris ou soleiras são colocados em várias situações específicas:

1. Janelas externas: Para proteger contra a infiltração de água da chuva.
2. Áreas sujeitas à umidade: Em cozinhas, banheiros ou áreas de serviço, onde há maior exposição a respingos ou água acumulada.
3. Ambientes com exposição direta ao clima: Como varandas, fachadas ou edifícios com grandes aberturas.
4. Fachadas decorativas: Onde o acabamento estético é prioritário.

Vantagens do Uso de Peitoris

1. Proteção contra infiltração:
• Impede que a água da chuva penetre nas paredes e cause danos estruturais ou estéticos, como manchas de umidade.
• Sua inclinação permite o escoamento eficiente da água para fora.
2. Durabilidade:
• Materiais como granito e mármore são resistentes ao desgaste, à umidade e às variações climáticas, garantindo longa vida útil.
3. Estética:
• Melhora o visual da construção, especialmente em fachadas modernas ou clássicas, com opções de cores e acabamentos variados.
4. Facilidade de manutenção:
• Protege a base da janela contra sujeira, tornando a limpeza mais fácil e rápida.
5. Versatilidade de materiais:
• Disponível em diversos tipos (granito, mármore, cerâmica, concreto), atendendo a diferentes orçamentos e estilos arquitetônicos.

Desvantagens do Uso de Peitoris

1. Custo adicional:
• Materiais como mármore e granito podem ser caros, aumentando os custos gerais da construção.
2. Manutenção específica:
• Superfícies de mármore ou granito podem demandar cuidados extras para evitar manchas ou danos por produtos químicos.
3. Problemas de instalação inadequada:
• Se não forem instalados com a inclinação correta ou bem selados, podem causar infiltrações, comprometendo sua funcionalidade.
4. Riscos em climas extremos:
• Em áreas com ciclos frequentes de congelamento e degelo, materiais como granito podem se expandir e rachar se não forem adequados para o clima.

 

Boas Práticas de Instalação

1. Inclinação:
• O peitoril deve ser instalado com uma inclinação mínima de 5° em direção ao exterior para garantir o escoamento da água.
2. Selagem:
• Usar selantes à base de silicone para evitar infiltrações na junção com a parede ou a janela.
3. Tamanho:
• Deve ter uma borda que ultrapasse a parede em pelo menos 2 cm para evitar que a água escorra diretamente para a fachada.
4. Acabamento:
• Bordas bem polidas e acabamento arredondado evitam riscos e acumulam menos sujeira.

 

Função do Corte Inferior

Os peitoris ou soleiras sob janelas frequentemente possuem um corte inferior (também conhecido como drip edge). Este corte desempenha um papel essencial na funcionalidade do peitoril, protegendo a edificação contra danos causados pela água.

1. Evitar o escoamento direto para a fachada:
• O corte cria uma interrupção no fluxo da água da chuva, forçando-a a pingar diretamente no solo, em vez de escorrer pela parede externa. Isso reduz o risco de manchas, infiltrações e desgaste dos revestimentos.
2. Prevenção de infiltrações:
• Sem o corte, a água pode ser conduzida de volta pela gravidade para a base do peitoril e penetrar na estrutura, causando infiltrações e umidade nas paredes internas.
3. Durabilidade da construção:
• Minimiza os danos causados por água ao longo do tempo, protegendo o reboco, a pintura e outros acabamentos externos.
4. Proteção contra mofo e eflorescência:
• Ao evitar que a umidade alcance a alvenaria, reduz a formação de mofo e a ocorrência de eflorescência (manchas brancas causadas por sais minerais).

Referências Bibliográficas

VIEIRA, J. F.; CARVALHO, M. R. Tecnologia de Construção e Acabamento. Porto Alegre: Editora Construção, 2012.

RICHARDSON, W. L. Principles of Residential Construction. New York: McGraw-Hill, 1981.

 

Autor: Eng.º Francisco Quisele Jr.

Data de publicação: 21/11/24